segunda-feira, 8 de junho de 2015

"Vocês sentem-se como estrangeiros e, por vontade própria, se excluem e se separam da sua cidade"

Cristo pregava a tolerância. O amor incondicional ao próximo (na verdade, não existe outra forma de amor). As palavras do título, Cristo as disse para seus discípulos, no livro apócrifo de Tiago. Os apóstolos estavam orgulhosos de si pois eram queridos pelo senhor Jesus que os defenderia diante do Pai. Se sentiram melhores que os outros porque estavam no "caminho correto". O orgulho é separado da vaidade por um viés frágil e ambos não são qualidades cristãs. "Por acaso não sabeis que precisam se diminuir para que o outro apareça?" - Disse Jesus.
O cristianismo é tão simples, a mensagem de nosso Messias é tão pura. Porque ousamos corrompê-la com nossas inquietações, com nossos preconceitos? Temos argumentos convincentes para apontar o pecados dos outros, mas não nos convencemos do pecado que praticamos ao apontar, a julgar, a nos excluirmos e separarmos de nossos semelhantes.
Antes que eu me prolongue em demasia, quero deixar claro quer estou tentando falar sobre o episódio na parada gay, onde um manifestante aparece crucificado, com os dizeres sobre sua cabeça: BASTA DE HOMOFOBIA. Um pedido sincero de quem já sofreu o bastante, de quem ficou a margem, por décadas, de uma sociedade intolerante, uma súplica de uma minoria que tenta levantar sua voz. No mesmo apócrifo, Jesus instiga: "Abençoados serão aqueles que se manifestam". Mas precisa ser uma manifestação que não agrida o próximo, que não o diminua. Usar a figura de Cristo crucificado não é uma ofensa, mas sim apelar para nossa cristandade, que não aceita nenhum tipo de injustiça ou inquisição. O Cristo é um só, que veio em auxílio de todos nós, humanidade ainda imperfeita, pecadora, mas com alto potencial. Devemos despertar o Cristo dentro de nós e superarmos nossa condição mesquinha, egoísta e que nos coloca acima do próximo. Viemos a este mundo para sermos necessários, para nos colocarmos em serviço do próximo, dando-lhe conforto e cumprindo o que Cristo nos ensinou. Quando poderemos ouvir as palavras: "Cadê teus acusadores? Nem eu te acuso também". Cristo é puro. Cristo é o caminho a ser trilhado. Cristo também é o modo com o se trilha este caminho. Cristo não julga. Que lugar maravilhoso o mundo seria se o tomássemos como exemplo e nossa vida fosse repleta de sua luz. Nós nos tornaríamos fonte inesgotável deste amor que ele nos dedica.
Fica a mensagem: Basta de homofobia! Basta de preconceito! Basta de maldade! Basta de usar a Bíblia como desculpa para julgar!

sexta-feira, 5 de junho de 2015

"A maldade humana agora não tem nome."

Esta frase eu aprendi ouvindo a música "Os Anjos" da banda de rock Legião Urbana. Renato Russo, seu vocalista, nos impressiona sempre com suas letras sensíveis e que poderiam emoldurar vários momentos de nossas vidas, de nosso mundo e, muitas vezes, do que esperamos de nossa Fé.
Recentemente uma mulher, ainda jovem, foi "julgada" e "condenada" por um "juri" popular. Seu crime: queimar um animal indefeso. Perversamente ela queima um cachorro, amarrado e amordaçado, se utilizando de um maçarico. Realmente, a maldade humana não tem nome. Porém a música continua, e ela nos dá a receita pela qual a humanidade foi feita, desta eu cito três ingredientes: ódio, indiferença e essência de espírito de porco. E como num filme démodé me vem as máximas: Quem com ferro fere, com ferro será ferido; Aqui se faz, aqui se paga; Olho por olho, dente por dente; Colhe o que se planta. A Lei alquímica da troca equivalente, a Lei do Karma, parecem justificar o destino da mulher perversa: Tal como fez, foi queimada viva. Não antes de ser torturada por uma população ensandecida que buscou "justiça" com as próprias mãos. Uma população que acredita que uma vida tem que ser paga por outra, que o sangue deve ser lavado com sangue. A moça foi cruel com um ser indefeso, e indefesa ela estava frente a força fanática daqueles que a subjugaram. A perversidade imposta a mulher foi a mesma que ela usou no animal. Maldade gera maldade. Isso me deixou triste, porque nos princípios cristãos que venho tentando construir minha vida não cabe a falta de compaixão. Imagino Deus Altíssimo nos vendo nestas circunstâncias. Através de seu filho, Deus nos ensinou a perdoar quem nos fez mal, a perdoar e amar nossos inimigos, a dar uma segunda chance a quem nos feriu. esquecemos as frases de Jesus: "Aquele que não tiver pecados atire a primeira pedra". Esquecemos as falhas que temos, o quanto já erramos, e nos enaltecemos como senhores da dignidade, nos julgando superiores e impondo nossos achismos de forma tão perversa quanto a mulher. Sem compaixão ela mata um cachorro, sem compaixão ela é morta por uma multidão, e o efeito dominó continua, porque maldade gera maldade. Ninguém toma as dores da mulher, ninguém se sensibiliza, não há compaixão, não há cristianismo, não há Deus. As palavras de Nietzsch nunca fizeram tanto sentido: "Deus está morto e foram vocês que o mataram". Da mesma forma, em outra música, Renato Russo repete: "E esse mesmo Deus foi morto por vocês. É só maldade então, deixar um Deus tão triste".
Cristo tem me ensinado a ser mais tolerante, mais paciente, a esperar pela justiça divina, consciente que ela não tarda nem falha, pois a obra de Deus é perfeita. Nós a corrompemos.
Concluindo meu pensamento, repito a mensagem que Cristo nos deixou: "Amem uns aos outros como eu vos amei". Este é o antídoto que a humanidade precisa Amor. Não se combate fogo com fogo, muito menos maldade com maldade. O verdadeiro Cristão se arma destas forças: Compaixão, Misericórdia, Tolerância e Empatia. Mas tudo isso se resume em Amor. Voltando à música "Os Anjos", Renato finaliza dizendo: "Só nos sobrou do amor a falta que ficou". Tenho medo que não sobre nem mesmo esta sensação de falta.

Vocatus atque non vocatus, Deus aderit

"Evocado ou não, Deus está presente" - A citação é atribuída a Desiderius Erasmus Roterodamus (Erasmo de Roterdã), teólogo e humanista holandês. A frase nos conscientiza de uma das maiores atribuições do Altíssimo, a Onipresença. Através dela podemos encontrar um Deus sempre disponível a atender nosso chamado, assim como um pai amoroso, sempre presente, independente se lhe procuramos ou não. A presença de Deus Altíssimo é algo sabido pela maioria dos adeptos de várias religiões espalhadas pelo mundo, porém esta Onipresença precisa ser sentida. E não me refiro aos cinco sentidos materiais, mas sim aos sentidos espirituais. A sensação de sentir Deus tão próximo é a certeza de que tudo ocorrerá sempre bem, que as escolhas que fazemos são corretas e que o eu já não importa tanto, pois fazemos parte de algo maior. A presença de Deus também pode ser vista, pois o Deus Invisível é tudo o que existe. Inclusive nós mesmos somos resultados da emanação do Deus Pleno (Plenitude, Pleorama). Vamos dar uma olhada nas palavras de Cristo, em João 14.7-11:

Disse Jesus:
-- Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai. Já agora vocês o conhecem e o têm visto.
Disse Filipe:
-- Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.
Jesus respondeu: 
-- Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? Você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu lhes digo não são apenas minhas. Ao contrário, o Pai, que vive em mim, está realizando a sua obra. Creiam em mim quando digo que estou no Pai e que o Pai está em mim ou, pelo menos, creiam por causa das mesmas obras.


Intercalando esta passagem com a próxima (João 14.12): "Em verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas." - Cristo nos mostra a possibilidade de sermos tão integrados ao Pai tanto quanto ele, porque já somos em essência espiritual e nos afastamos Dele e devemos, portanto, voltar para Ele. Esta é grande ideia e missão de Cristo encarnado, fazer com que sentíssemos a presença do Deus Altíssimo. Não por acaso, segundo o Celeste Gabriel, o Cristo seria chamado de "Deus conosco". Por isso, irmão, tenhamos certeza que, chamando ou não o Seu Nome, Deus é Pleno e estará sempre presente, em nossas vidas, ao nosso lado,  em nossos corações. Basta termos um pouco de Fé, Amor e Paz de Espírito.