sexta-feira, 5 de junho de 2015

"A maldade humana agora não tem nome."

Esta frase eu aprendi ouvindo a música "Os Anjos" da banda de rock Legião Urbana. Renato Russo, seu vocalista, nos impressiona sempre com suas letras sensíveis e que poderiam emoldurar vários momentos de nossas vidas, de nosso mundo e, muitas vezes, do que esperamos de nossa Fé.
Recentemente uma mulher, ainda jovem, foi "julgada" e "condenada" por um "juri" popular. Seu crime: queimar um animal indefeso. Perversamente ela queima um cachorro, amarrado e amordaçado, se utilizando de um maçarico. Realmente, a maldade humana não tem nome. Porém a música continua, e ela nos dá a receita pela qual a humanidade foi feita, desta eu cito três ingredientes: ódio, indiferença e essência de espírito de porco. E como num filme démodé me vem as máximas: Quem com ferro fere, com ferro será ferido; Aqui se faz, aqui se paga; Olho por olho, dente por dente; Colhe o que se planta. A Lei alquímica da troca equivalente, a Lei do Karma, parecem justificar o destino da mulher perversa: Tal como fez, foi queimada viva. Não antes de ser torturada por uma população ensandecida que buscou "justiça" com as próprias mãos. Uma população que acredita que uma vida tem que ser paga por outra, que o sangue deve ser lavado com sangue. A moça foi cruel com um ser indefeso, e indefesa ela estava frente a força fanática daqueles que a subjugaram. A perversidade imposta a mulher foi a mesma que ela usou no animal. Maldade gera maldade. Isso me deixou triste, porque nos princípios cristãos que venho tentando construir minha vida não cabe a falta de compaixão. Imagino Deus Altíssimo nos vendo nestas circunstâncias. Através de seu filho, Deus nos ensinou a perdoar quem nos fez mal, a perdoar e amar nossos inimigos, a dar uma segunda chance a quem nos feriu. esquecemos as frases de Jesus: "Aquele que não tiver pecados atire a primeira pedra". Esquecemos as falhas que temos, o quanto já erramos, e nos enaltecemos como senhores da dignidade, nos julgando superiores e impondo nossos achismos de forma tão perversa quanto a mulher. Sem compaixão ela mata um cachorro, sem compaixão ela é morta por uma multidão, e o efeito dominó continua, porque maldade gera maldade. Ninguém toma as dores da mulher, ninguém se sensibiliza, não há compaixão, não há cristianismo, não há Deus. As palavras de Nietzsch nunca fizeram tanto sentido: "Deus está morto e foram vocês que o mataram". Da mesma forma, em outra música, Renato Russo repete: "E esse mesmo Deus foi morto por vocês. É só maldade então, deixar um Deus tão triste".
Cristo tem me ensinado a ser mais tolerante, mais paciente, a esperar pela justiça divina, consciente que ela não tarda nem falha, pois a obra de Deus é perfeita. Nós a corrompemos.
Concluindo meu pensamento, repito a mensagem que Cristo nos deixou: "Amem uns aos outros como eu vos amei". Este é o antídoto que a humanidade precisa Amor. Não se combate fogo com fogo, muito menos maldade com maldade. O verdadeiro Cristão se arma destas forças: Compaixão, Misericórdia, Tolerância e Empatia. Mas tudo isso se resume em Amor. Voltando à música "Os Anjos", Renato finaliza dizendo: "Só nos sobrou do amor a falta que ficou". Tenho medo que não sobre nem mesmo esta sensação de falta.

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